Viajar no tempo e voltar até à Idade Média está na moda.
Durante o verão, são muitas as feiras e mercados medievais que, de norte a sul
de Portugal, trazem para a actualidade o quotidiano dos nobres,
eclesiásticos e populares. É o tempo do Renascimento que está compreendido
entre os séculos V e XV.
Pulseira de acesso à viagem medieval da Feira custa três euros |
A animação sai às ruas. Bombos dão música aos
visitantes, a exposição e venda de produtos atrai quem gosta de artesanato e
peças medievais. E, ainda, a gastronomia vasta que contempla diversos saberes
desde uma sandes de porco no espeto, a um pão com chouriço ou um doce para
adoçar o paladar. Comida ‘puxa’ bebida e
uma muito característica, nestas festas, é a sangria.
Os desfiles e as recriações histórias fazem as pessoas
recuar no tempo. São os trajes e acessórios simples, à época, que começam por
envolver o público. Depois, são as expressões e os cenários de combate pois, na
Idade Média, os castelos tinham, e começaram por ter, uma função de cariz
militar. Aos nobres, cabia a frente de guerra contra os muros ou outros barões
e, ainda, a participação em torneios ou jogos pois exigiam destreza física.
A leitura, cópia e ilustração de manuscritos era função dos
monges, já que os membros do clero é que dominavam o estudo e conhecimento.
Além disso, cumpriam as suas obrigações religiosas diárias e comiam e bebiam
bem. O contrário acontece com o povo. Seus membros (maioria) viviam em
condições duras, trabalhando nos campos de sol a sol com uso quotidiano de
roupagens velhas e, muitas vezes,
descalços.
Os populares deslocavam-se a pé, viviam em casebres, obedeciam
a ordens e chegavam a passar fome. É a
chamada, no dias de hoje, desigualdade social que já existe há longos anos e
estende-se no tempo. Agora, é possível reviver os tempos medievais,
começando por escolher o destino a
visitar e entrar na vida dos nobres, eclesiásticos ou populares e assistir a
confrontos ou momentos de diversão.
A Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, recriação de
episódios do reinado de D. Sancho I, segundo rei de Portugal (séculos XII -
XIII), e o Mercado Medieval de Óbidos são apenas duas sugestões. Esta última, a do mercado, transforma a localidade num burgo da Idade Média em que as ruas enchem-se
de bobos, cuspidores de fogo, dançarinos, músicos, jograis e pedintes.